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O Teu Parlamento |
Newsletter Nº5 Junho 2015
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Arte
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José Nuno “O Criador nas Suas Ilhas”
José Nuno da Câmara Pereira é o autor da tapeçaria “Açor”, uma das obras de arte que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores ostenta na Sala de Convívio.
O artista foi considerado pela crítica um dos primeiros artistas portugueses e ocidentais, nos finais da década de 70, a mostrar “poderosos sinais de uma mudança de sensibilidade”. A sua obra, de grande variedade temática, cromática e material estende-se da tapeçaria à azulejaria, do metal à tela, da madeira à pele.
A inspiração de José Nuno abrange também um universo de dimensão imensa, ora centrado nas ilhas ora no mundo global, sempre multifacetado, sempre inquieto, sempre versátil, sempre criativo. A sua expressividade, quando sentida no contexto da diversidade surpreendente com que se apresenta, estabelece uma relação imediata com o observador/admirador.
José Nuno da Câmara Pereira é um artista premiado que domina registos e linguagens diferentes irredutíveis às correntes. É nesta assunção da singularidade plural que a sua obra ganha propriedade.

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Evento
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Dia da Região Autónoma dos Açores
Celebrou-se em 25 de maio o dia da Região Autónoma dos Açores.
A cerimónia ocorreu no concelho Lajes das Flores, que comemora 500 anos de existência, mais precisamente na Fajã Grande, bem perto do ilhéu Monchique, o ponto mais ocidental da Europa.
A comemoração deste dia, coincidente com a segunda-feira do Divino Espírito Santo, é uma decisão do legislador que pretendeu imprimir a uma festa de cariz político uma cultura identitária de raiz popular, representativa de todas as ilhas e com o sentido de união e de partilha que a fé fez sobreviver ao longo dos séculos.
Uma celebração só possível graças à autonomia constitucional decorrente do 25 de abril mas também à persistência dos ideais autonomistas: “Estamos, assim – afirmou Ana Luísa Luís, na sua intervenção –, perante duas condições que consolidaram a autonomia: o quadro constitucional/legislativo do Estado e a vontade de um povo, percursor dos ideais autonomistas e da defesa da livre administração dos Açores pelos açorianos, como refere o preâmbulo do nosso Estatuto Político Administrativo.”
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A Presidente da Assembleia Legislativa realçou a açorianidade expressa por poetas e pelo povo residente nas ilhas açorianas e geograficamente distante, mas sempre próximo, agradecendo aos que “nos quatro cantos do mundo, do Uruguai ao Brasil, dos Estados Unidos ao Canadá, e também na Bermuda” mantêm viva a cultura, a tradição e os saberes açorianos.”
Ana Luísa Luís lembrou também “os que com o seu trabalho, esforço e sacrifício, muitas vezes pessoal, desenharam os traços do edifício autonómico que hoje conhecemos”, agradeceu “aos que ainda estão connosco” e recordou “os que já partiram”, insistindo na unidade e coesão que deve pautar a unidade dos açorianos em todos os momentos, especialmente nos mais difíceis, referiu a necessidade de combater o centralismo e de construir os Açores em comunhão, no respeito pela pluralidade e pelas diferenças.
A Presidente salientou as riquezas do Atlântico profundo, que devem ser salvaguardadas e deixou um alerta para a importância de “estarmos atentos e vigilantes para que possamos integrar a modernidade, a inovação e proporcionar à agricultura, à pesca, à indústria e ao turismo o profissionalismo e a qualidade que as conduzam a um futuro promissor.
A nossa sociedade transformou-se e se estamos no centro do mundo, devido às novas tecnologias de informação, também é certo que estes meios devem dar-nos a capacidade de fixarmos ativos nas nossas ilhas, de permitir que os nossos jovens regressem às suas origens, rejuvenescendo assim a população e firmando as nossas perspetivas de futuro.”
Numa clara referência à abstenção, a Presidente apelou à livre escolha e à manifestação das opções populares para fortalecer a democracia e para a desejável aproximação entre eleitores e eleitos, num trabalho conjunto para o progresso da nossa terra.
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Documento
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História Insulana das Ilhas a Portugal Sujeitas no Oceano Ocidental
O Padre António Cordeiro é o autor do documento dedicado ao estudo da História dos Açores e publicado em 1717. A edição disponível na Assembleia é um fac-simile de 1981 com a chancela da Secretaria Regional da Educação e Cultura.
Constituiu-se este documento como uma fonte de acesso às “Saudades da Terra” de Gaspar Frutuoso, já referida em anterior newsletter, por ter sido a primeira obra a ser publicada, já que a de Gaspar Frutuoso permaneceu durante quase três séculos inédita.
Mas António Cordeiro, tendo acesso ao manuscrito de “Saudades da Terra”, guardada pela Companhia de Jesus, faz um resumo de todos os elementos então conhecidos sobre a história açoriana, transformando a publicação da sua obra num marco decisivo para o conhecimento dos Açores.
António Cordeiro nasceu em Angra, em 1641, e com apenas quinze anos de idade partiu para Lisboa. Estudou Filosofia no Colégio da Companhia de Jesus e terminou brilhantemente o seu curso em 1657, tendo depois ingressado no curso de Cânones da Universidade de Coimbra. Concluídos os estudos universitários, iniciou a sua carreira de Mestre da Companhia de Jesus e de professor em Coimbra.
Viveu também em Braga, no Porto e em Lisboa, onde permaneceu até ao fim da sua vida, em 1722. Foi pregador e missionário granjeando fama de grande intelectual e escreveu numerosas obras, muitas destinadas à sua lecionação.
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Notícia
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No dia da Região Autónoma dos Açores foram agraciadas vinte e quatro cidadãos e duas instituições com as Insígnias aprovadas pelo Decreto Legislativo Regional n.º 10/2006/A, de 20 de março.
“A atribuição das insígnias honoríficas açorianas, para além de representar o reconhecimento público para com os cidadãos ou instituições que, ao longo dos anos, contribuíram de forma expressiva para consolidar a identidade histórica, cultural e política do povo açoriano, pretende também, de forma simbólica, estimular a continuidade e emergência de feitos, méritos e virtudes com especial relevo na construção do nosso património insular.”
Assim reza a Resolução da Assembleia nº. 18/2015, que decidiu atribuir as seguintes insígnias honoríficas açorianas:
Insígnia Autonómica de Reconhecimento:
- Adolfo Ribeiro Lima
- Ana Maria Dias Bettencourt
- Anthímio José de Azevedo (a título póstumo)
- Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres
- João Gago da Câmara (a título póstumo)
- João Luís Tavares de Medeiros
- João Urbano Melo Resendes
- Manuel Silva Bettencourt
- Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina
- Roberto de Sousa Rocha Amaral
- Vamberto Henriques Ávila Freitas
Insígnia Autonómica de Mérito Profissional:
- Albano Salvador Almeida e Sousa
- António Pereira Guerra Candeias
- João Alberto das Neves
- José Gomes Corvelo
Insígnia Autonómica de Mérito Industrial, Comercial e Agrícola:
- Antero Gil de Viveiros Rego
- Eduardo Nuno Cabral Ferreira
- José Damião de Almeida (a título póstumo)
Insígnia Autonómica de Mérito Cívico:
- Associação Cultural Maré de Agosto
- Maria Fernanda Ramos Ricardo
- Maria Zoraida Salema Stattmiller Saldanha Matos Nascimento
- Palmira Mendes Enes (a título póstumo)
- Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
Insígnia Autonómica de Dedicação:
- António da Fonseca Marcos
- Eduardo Caetano de Sousa
- Luís Carlos de Noronha Bretão
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Pensamento: (…) “A memória é a consciência inserida no tempo.”
Fernando Pessoa
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