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O Teu Parlamento |
Newsletter Nº23 Janeiro 2017 |
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Arte |
OS CRIVOS DA FAMÍLIA DABNEY
Os bordados de crivo não são exclusivos dos Açores, mas no século XVII, no Faial, adquiriram características próprias e de elevada qualidade e, por isso, a nível regional tornaram-se típicos do Faial. Os trabalhos a crivo “nascem” de tecidos desfiados na horizontal e vertical, deixando espaços que são depois preenchidos com um desenho utilizando linha. Pode usar-se vários tipos de tecido, mas os trabalhos em linho são os mais valiosos. O desenho que o caracteriza é formado essencialmente por elementos florais geométricos e figurativos (corações, laços, flores e ramos).
Durante o século XIX, a Família Dabney impulsionou a sua produção para exportar para os E.U.A. e vender os bordados de crivo às senhoras de New Bedford, que os compravam para oferecer como prendas de casamento ou como prendas de Natal. Desta forma, os Dabney auxiliavam as artesãs faialenses e beneficiavam a economia local.
A Assembleia Legislativa conta com uma série de exemplares de bordados de crivo na sua Coleção de Ofertas. Estes valiosos exemplares bordados em linho foram oferecidos pelos descendentes da Família Dabney que recentemente visitaram o Faial. Os bordados pertenceram a Rose Dabney Forbes, a filha de Samuel Wyllys Dabney, que deixou definitivamente a ilha do Faial com a família em 1892. Os bordados foram herdados pela sua filha Alice Forbes Howland que, por sua vez, os legou à sua filha Judy Cook. Foi Judy Cook quem os doou à Assembleia Legislativa para que fizessem parte do património material da Cedars House, casa construída pela família em 1851. Este ano foram utilizados no tradicional Altarinho do Menino Jesus da Assembleia Legislativa.
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Evento |
ÁRVORE DE NATAL, PRESÉPIO E RECEÇÃO À PESSOA IDOSA
O Projeto Parlamento Presente tem como principal objetivo abrir as portas da Assembleia Legislativa, acentuando a sua interação com a comunidade para permitir que o cidadão se sinta presente no Parlamento. Neste sentido, esta Assembleia tem vindo a promover projetos que consolidem o relacionamento com a população, projetos estes que assentam em nove conceitos: solidariedade, cultura, proximidade, abertura, intergeracionalidade, participação, memória, inclusão e sustentabilidade. A decoração da Árvore de Natal, a elaboração do Presépio e a Receção à Pessoa Idosa são eventos que se desenvolvem no âmbito do Parlamento Presente.
No dia 14 de dezembro, os utentes do Centro de Atividades Ocupacionais “O Farol” da Santa Casa da Misericórdia da Calheta e do Centro de Atividades Ocupacionais da Associação para o Apoio à Criança com Necessidades Especiais das Velas, responsáveis pela elaboração dos elementos decorativos da Árvore de Natal e do Presépio, foram recebidos pela Presidente Ana Luís, na sede da Assembleia Legislativa. Os grupos, que se deslocaram propositadamente de São Jorge para passar a tarde no Parlamento Açoriano, mostraram-se muito felizes com a iniciativa e brindaram os presentes com um momento de dança e com um filme.
No dia 15 de dezembro, o grupo de idosos de todas as freguesias da ilha da Graciosa deslocou-se ao Faial para visitar o Parlamento e passar a tarde com a Presidente da Assembleia. Um passeio pela cidade da Horta, a visita ao edifício sede da Assembleia Legislativa, um lanche e muita música de Natal interpretada pelo Grupo Coral Juvenil Mater Dei e pelo Rancho de Natal do Centro Cultural e Desportivo da Assembleia Legislativa fizeram exultar os mais idosos e os mais jovens numa partilha de valores próprios desta época natalícia.
A importância da intergeracionalidade e da proximidade constituíram a base da mensagem da Presidente Ana Luís, dirigida ao grupo de idosos que encheu a Cedars House – Residência Oficial da Presidência da Assembleia – num animado convívio de Natal: “esta é mais uma forma do Parlamento se abrir e estar mais presente e mais próximo dos cidadãos e também de podermos mostrar um pouco mais daquilo que é a Assembleia, a Casa de todas as açorianas e de todos os açorianos”.
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Documento |
REGRESSO À CASA DO ONTEM
Esta obra é uma prosa poética e lúcida, onde a autora Madalena Gomes fixa as suas memórias de infância, as suas vivências na sua terra natal, na ilha de São Miguel, e onde regista os costumes e as atitudes próprias dos ilhéus. Este romance autobiográfico é um regresso ao passado impelido pela saudade da família perdida e que é ressuscitada através da escrita. Para trazê-la de volta, Madalena Gomes regressa à Casa de Ontem.
Madalena Cardoso Pereira Gomes nasceu em Ponta Delgada em 1928 e aos dezanove anos foi residir para Lisboa. Começou a escrever muito cedo, aos dezasseis anos já colaborava nos jornais micaelenses. Fez o Curso de Didática Pré-Primária em 1959 e, mais tarde, o curso do Instituto Francês. Publicou 16 livros em anos consecutivos, destinados ao público infantil, ao mesmo tempo que continuou a colaborar em jornais. Era sócia da Associação Portuguesa de Escritores, da Sociedade Portuguesa de Autores e da Associação Portuguesa de Poetas onde exerceu funções nos Corpos Sociais. Esteve também ligada ao Instituto de Apoio à Criança e à Associação Portuguesa de Educação Pela Arte. Madalena Gomes faleceu a 5 de abril de 2010.
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Notícia |
LANÇAMENTO DO BOLETIM DO NÚCLEO CULTURAL DA HORTA: 40 ANOS DA AUTONOMIA DOS AÇORES
Na noite de 13 de dezembro decorreu na sede do Parlamento Açoriano a Sessão de Lançamento do 25º Boletim do Núcleo Cultural da Horta, número dedicado aos 40 anos da Autonomia dos Açores. Esta edição visa destacar este marco na história do arquipélago e do povo açoriano, relembrando as mais diversas experiências e momentos que assinalaram e determinaram o percurso autonómico dos Açores.
“Ao longo do seu percurso, o Núcleo Cultural da Horta contribuiu para a formação de saber nas questões relacionadas com a Autonomia. Através das edições dos Boletins, e de outras publicações, foi cimentando o conhecimento dos Açores e da identidade açoriana” salientou, na sua intervenção, a Presidente da Assembleia Legislativa, Ana Luís, referindo ainda que gostaria que “esta transmissão de saber e conhecimento levasse o passado ao futuro e cultivasse nas gerações mais jovens o gosto pelo saber, o conhecimento das suas origens e o reconhecimento daqueles que permitiram que hoje evocássemos, em liberdade, os quarenta anos da nossa Autonomia, da nossa história, da nossa cultura, da nossa forma de ser, enfim da nossa açorianidade.”
A sessão contou ainda com as intervenções do Presidente do Núcleo Cultural da Horta, Dr. Guilherme Pinto, do Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, em representação de Sua Excelência o Presidente do Governo Regional dos Açores, Dr. Gui Menezes e do Antigo Presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama.
No final, todos aqueles que assistiram a esta sessão foram presenteados pela atuação da Sociedade Filarmónica Unânime Praiense, que com grande mestria interpretou alguns temas da música tradicional dos Açores, acompanhada pelas vozes de Suzete Saraiva e Deolinda Ortinz.
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Pensamento: (…) “Da riqueza de um povo também é parte integrante o seu património e este está em todas as manifestações culturais desse povo, sejam elas de cunho popular ou não.”
Ângela Furtado Brum in “Contos Tradicionais Açorianos” |
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